domingo, 1 de julho de 2012

A FAMÍLIA PUFAL (III): as filmagens e fotografias de João Luiz Pufal



A FAMÍLIA PUFAL (III): as filmagens e fotografias de João Luiz Pufal


João Luiz Pufal, meu bisavô, nasceu em 1892 em Alfredo Chaves, atual cidade de Veranópolis, na serra gaúcha, estabelecendo-se ainda pequeno em Porto Alegre/RS com os pais, emigrantes poloneses, em seu 4º Distrito.
João Luiz Pufal nos
seus  "vídeos" [1936/1937]
Em 2008, ao tratar de sua biografia (http://pufal.blogspot.com/2008/07/joo-luiz-pufal-i.html), relatei um pouco de sua vida, dando destaque às construções feitas por ele, por seu pai e irmãos.
Após, em 2011, veiculei neste blog a genealogia da família Pufal (http://pufal.blogspot.com/2011/02/familia-pufal-ii-origem-do-nome.html), pouco mencionando, contudo, a paixão que João Luiz tinha pelas inovações.

Pedro, Beatriz, Julieta e
Paulo Corrêa Pufal
São Leopoldo/RS
Foi assim que João Luiz, ao longo da década de 1920, adquiriu uma máquina fotográfica que utilizava para retratar suas construções, além de uma filmadora inglesa e o respectivo projetor.
Dizem que ele filmou, em 8mm, inúmeros eventos na “movimentada” Porto Alegre de 1920/1940, aniversários e ocasiões especiais com sua família.
Anos depois passava os “vídeos” aos parentes, vizinhos e amigos, lembrando daqueles momentos e dos que já se foram.
Era, à época, a sensação da avenida São Pedro, além do rádio que tinha, toca-discos e outras “parafernálias”, já que não havia televisão ou outra distração.
Mesmo com a II Guerra Mundial, quando foi proibido falar o alemão e ter em casa obras do gênero, sendo o rádio motivo de desconfiança por razões de espionagem, o que muito repercutiu em Porto Alegre, a maior parte da história familiar foi preservada.
Apesar de muitas dessas filmagens terem se estragado em razão do tempo, algumas consegui resgatar.
Julieta Corrêa Pufal
(Julietinha)
Julieta e Beatriz Corrêa Pufal -
 na Av. São Pedro

Ao assisti-las pela primeira vez, tive a emoção de ver, naqueles poucos minutos, o meu avô, Pedro, com pouco mais de seis anos, seus irmãos Paulo, Julieta, Beatriz e Jorge Marcelino, assim como o próprio João Luiz, a minha bisavó Julieta Corrêa Pufal, seus sogros, os poloneses Jacob Pufal e Emília Doppler Pufal, além de vários outros parentes, como a tia Bertha Mayer Corrêa (tia e cunhada de Julieta Corrêa da Silva) e o tio Arthur Corrêa da Silva (meio-irmão de Julieta), amigos e vizinhos.

Jacob Pufal 
Emília Doppler Pufal
emigrou em 1890
da Prússia, atual
 território polonês
Nestes poucos trechos de filmagem recuperadas, os "personagens" andavam em fila e em círculos, saindo pela porta dos fundos da casa de João Luiz Pufal, na Avenida São Pedro, bem assim descendo alguma escada para que todos fossem filmados. A maior parte, pelo visto, tinha certa vergonha de ser filmado, pois caminhava bem rapidamente como se fugisse da câmera, com um sorriso meio desconfiado.
Beatriz Corrêa Pufal
[1937]
O mesmo não aconteceu com as minhas tias-avós, Beatriz Corrêa Pufal e Julieta Corrêa Pufal, quando aquela dava os primeiros passos e esta a acompanhava.  
Jorge Marcelino Pufal

Há, ainda, filmagens da Exposição de 1935, em comemoração aos 100 anos da Revolução Farroupilha, realizada na várzea da Redenção e que levou à construção de inúmeros prédios e agitou o Estado na ocasião. Com a exposição das indústrias e produtos gaúchos, houve a distribuição de prêmios e presença de notáveis.
De muitas dessas paisagens e pessoas, consegui recortar dos filmes algumas imagens espalhadas ao longo do texto e, também, dois retratos das “docas” de Porto Alegre.
Julieta Corrêa Pufal
Arthur Corrêa da Silva e
Bertha Mayer Corrêa
em São Leopoldo/RS
Afora isso, como referi, João Luiz fotografou inúmeras construções que a família Pufal fez na capital gaúcha e locais que costumava passear, como São Leopoldo, Veranópolis, Estrela e outros.
Alguns prédios e locais se podem identificar, outros não.
Rosália Pufal casada 
que foi com Ricardo Jonas
João Luiz não se limitava às inovações tecnológicas, pois mantinha uma boa biblioteca de muitas obras em alemão, português e francês, como livros, revistas e enciclopédias, tanto na sua área de engenharia, como de assuntos variados.
Grande parte da "tecnologia", adquiria no comércio de Porto Alegre, na casa Bromberg e outras do gênero. O restante, mandava importar, prática comum naqueles tempos.
João faleceu em 1957, em Porto Alegre.

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